Uma boa surfista é aquela que entende, estuda e acima de tudo RESPEITAR as condições do mar. Avaliar fatores como vento, maré, correntes, fundo do mar e swell antes de entrar na água possibilita tomar decisões mais conscientes sobre quando, onde e como surfar, proporcionando uma experiência não apenas mais segura, mas também mais gratificante. Essa prática torna-se essencial para maximizar o tempo desfrutado na água e aproveitar ao máximo cada sessão de surf.
Vento
A avaliação do vento leva em consideração sua intensidade e velocidade, sendo que interferências aumentam à medida que a força se intensifica. Além disso, é crucial observar sua direção:
Maral:
Sopra do mar em direção à terra, normalmente desfavorável ao surf, aumentando a possibilidade de o mar ficar agitado e gerar ondas pequenas. Em situações de maral muito forte, a prática do surf pode tornar-se impossível.
Terral:
Sopra da terra em direção ao mar, favorecendo a formação de ondas de qualidade. Pode suavizar a superfície da água e atrasar a quebra da onda, proporcionando vantagens aos surfistas. Contudo, ventos terrais excessivamente fortes também podem prejudicar a formação das ondas.
Ventos Laterais:
Se estiverem intensos, esses ventos também podem interferir na formação das ondas.
Maré
A maré representa outra variável crucial para a prática do surf. Cada praia possui considerações específicas em relação aos diferentes níveis da maré, sendo aconselhável consultar um surfista local para determinar o momento ideal para surfar em determinado pico.
No entanto, existe uma fórmula que podemos utilizar para orientar nossa decisão ao surfar:
Maré Baixa/Seca: Nesses momentos, as ondas tendem a ser mais rápidas e robustas, fechando mais rapidamente. São mais adequadas para surfistas avançados, que possuem maior controle sobre a prancha.
Maré Alta/Cheia: Durante a maré alta, as ondas tendem a ser mais suaves, abrindo mais e oferecendo melhor aproveitamento, o que é ideal para surfistas iniciantes.
Assim, compreender as características da maré e aplicar essa fórmula auxilia na escolha do momento mais propício para surfar, considerando o nível de habilidade do surfista e otimizando a experiência na água.
Correntes
Diferentes tipos de correntes marítimas estão presentes, e dentre elas, destacam-se as correntes laterais e as correntes de retorno.
Correntes laterais: Estas correntes geralmente precedem as correntes de retorno, exercendo uma força de empuxo lateral em direção à praia, podendo encontrar-se com as correntes de retorno.
Corrente de Retorno:
Popularmente reconhecida por representar um perigo para banhistas, as correntes de retorno, quando identificadas, podem, na verdade, auxiliar os surfistas a alcançarem o outside. Essas correntes se formam devido à necessidade de retorno da água que acompanha as ondas, direcionando-se de volta para o oceano. Normalmente, são identificadas em áreas do mar onde as ondas são menores, formando um canal mais profundo.
Swell
O Swell, basicamente, representa a ondulação formada no mar, consistindo em ondas surfáveis geradas pelos ventos.
Ao examinar a ondulação ou o swell, é essencial atentar para a direção, altura e quantidade de ondas em cada série, bem como o intervalo entre as séries. Esses elementos desempenham um papel crucial na determinação das condições ideais para a prática do surf, possibilitando uma análise mais completa e informada do ambiente marítimo.
Fundo do mar
Na maior parte do litoral brasileiro, as praias apresentam fundos de areia, conhecidos como BEACH BREAK. Esses fundos, por serem compostos por areia, estão em constante transformação devido às ações dos ventos, marés e ressacas. Essas mudanças afetam o tipo de onda e a localização do "pico", resultando em boas ondas, embora sem consistência devido às alterações frequentes. Essa configuração é favorável para iniciantes, reduzindo o risco de lesões em quedas.
Diferentemente do BEACH BREAK, o REEF BREAK e o POINT BREAK apresentam maior probabilidade de causar lesões em caso de queda.
Reef Breack:
Ondas que quebram sobre corais, geralmente encontradas distantes da costa. Elas se formam de maneira mais regular, forte e tubular.
Point Breack: Ondas que quebram sobre pedras ou rochas, predominantemente mais próximas da costa.
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